Eu hei-de ser das cerejas
Da vertigem dos cardumes
Do misterio dos pardais;
Hei-de ser o que tu sejas
Aquilo a que te resumes
As oracoes naturais
Eu hei-de ser vento norte
Rir-me na cara da morte
A danca do colibri
Mas hei-de ser do meu peito
Desta dor com que me deito
So porque me doi de ti
Eu hei-de ser das cerejas
Do luar na primavera
Labirinto do prazer
Hei-de ser o que desejas
Que por ti sabes que espera
Enquanto a lua quiser
Eu hei-de nascer do nada
Como a papoila encarnada
Que nada fez por nascer
Hei-de nascer tua amada
Sem uma razao nem nada
Mas so porque tem de ser
1 | Ai meu amor se bastasse |
2 | Princesa Prometida |
3 | A Rua Mais Lisboeta |
4 | Xaile Encarnado |
5 | Lirio Quebrado |
6 | Dor Feliz |