Doi-me ser a flor do cardo
Nao ter a mao de ninguem;
Tenho a estranha natureza
De florir com a tristeza
E com ela me dar bem
Doi-me o Tejo, doi-me a lua
Doi-me a luz dessa aguarela
Tudo o que foi criacao
Se transforma em solidao
Visto da minha janela
O tempo nao me diz nada
Ja nada em mim se consome
Nao sou principio nem fim
Ja nada chama por mim
Ate me doi o meu nome
Doi-me ser a flor do cardo
Nao ter a mao de ninguem
Hei-de ser cravo encarnado
Que vive em pe separado
E acaba na mao de alguem
1 | Ai meu amor se bastasse |
2 | Princesa Prometida |
3 | A Rua Mais Lisboeta |
4 | Xaile Encarnado |
5 | Lirio Quebrado |
6 | Dor Feliz |