Continuamos a tratar da casca
Continuamos a moldar a casca
Continuamos a remar de costas
E a provar aguas quase mortas
A viver ruas ja pisadas
A levar pedras ja usadas
Num saco meio roto
Num saco meio morto
Tentamos nao manchar a casca
P'ra fazer brilhar a casca
Tentamos nao parar de costas
Tentamos nao falhar respostas
Que nunca nos vejam de fora!!
E para nos que o mundo adora
Passos de danca no chao
E para nos que os olhos olham.
Casca e o tempo que doi
A janela fechada que estilhaca
Quando se olha p'ra traz
Vento e o que bate na cara
E so largar a casca
Ninguem olha pr'a tras
Fingimos nao pensar na casca
Tentamos perdoar a casca
Separamos bem e mal
Quando se inspira o real
E se queima o que e vida
Mais uma hora despida
Onde aguas nao escorrem
E magoas nao morrem
Tentamos disfarcar demonios
Por medo desviamos olhos
Por fuga apagamos fogos
Por escudos renascemos novos
Sem rasto esquecemos labios
Altivos, rastejamos, sabios
Cada vez mais fundo
No buraco do mundo
Com forca agarra-se a casca
Que e so o que nos resta
Que o mastro derreteu
Mais, tudo encolheu
Quisemos testar barreiras
E construimos teias
Dificeis de romper
Aqui ficamos presos na . . .
Casca e tempo que doi
E janela fechada que estilhaca
Quando se olha para tras
Vento e o que bate na cara
E so largar a casca!
Ninguem olha para tras!
Vento e o que bate na cara
E so largar a casca!
Nao se olha para tras!
1 | Carta |
2 | Lados Errados |
3 | Fogo e noite |
4 | Adormecido |
5 | Cada Vez Mais Aqui |
6 | Nada |