 
(J. Slauerhoff - Custodio Castelo)
Tinha amor a terra que o mar lhe ocultava
Amor, como uma mulher ao ente que vai nascer
Assim ia cuidando e em sonhos se afundava
No alto da coberta, olhando a proa erguer
Pareceu-lhe que algo se mexia
Uma nevoa ao longe a querer romper
Enquanto o barco, espumando, as aguas dividia
De encontro a terra prestes a nascer
Ao descobri-la porem, soube-lhe a traicao
Nada os unia.  Oculto no silencio, nenhum cordao
De novo quis encobri-la mas era tarde de mais:
Nua jazia aos olhos do mundo.  Apenas lhe restava
Seguir curso tristemente, sem destino nem cais
E sem corrente – vazio de si no vazio dos mares
 
| 1 | Trago Fado Nos Sentidos | 
| 2 | Que Fazes Ai Lisboa | 
| 3 | Se A Alma Te Reprova | 
| 4 | Ausente | 
| 5 | Pastoras Da Estrela | 
| 6 | Carta A Miguel Djeje |