A dor de respirar, a mente atordoada
Você acorda ofegante, esfrega o rosto em vão
Permanece o pesadelo - que não acaba mais
No seu olhar, o desejo de não ver
A cena degradante que envolve o seu ser
Você percebe que não poderá escapar
O duro preço da coerência
Um jogo sádico. Um ritual cruel
O esforço de resistir. Recusar a se entregar
A grandeza e a miséria da condição humana
Chutes e socos, choques constantes
Seu sangue escorre, a força se esvai
Amarrado e nú você aguarda
O fim do sofrimento
Mas o veredicto já foi dado
Mais um cadáver não enterrado
Agora já não importa mais
Lutar ou se render
Fruto amargo da repressão
Arrancaram o seu espírito
Te tornaram um corpo vazio
Uma herança de constante horror
O vicio do medo adquirido
Homem... meio-homem... não-homem
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