Ó minha amada
Que olhos os teus
São cais noturnos
Cheios de adeus
São docas mansas
Trilhando luzes
Que brilham longe
Longe dos breus...
Ó minha amada
Que olhos os teus
Quanto mistério
Nos olhos teus
Quantos saveiros
Quantos navios
Quantos naufrágios
Nos olhos teus...
Ó minha amada
Que olhos os teus
Se Deus houvera
Fizera-os Deus
Pois não os fizera
Quem não soubera
Que há muitas era
Nos olhos teus.
Ah, minha amada
De olhos ateus
Cria a esperança
Nos olhos meus
De verem um dia
O olhar mendigo
Da poesia
Nos olhos teus.
| 1 | Mensagem à Poesia |
| 2 | Soneto Do Amor Maior |
| 3 | A Porta |
| 4 | Canto De Xangô |
| 5 | A Hora Íntima |
| 6 | Cotidiano Nº. 2 |
| 7 | Água de Beber |
| 8 | Canto De Pedra Preta |
| 9 | Brigas Nunca Mais |
| 10 | Soneto Da Fidelidade |